A saúde mental é um dos temas mais discutidos nos últimos anos e, entre os transtornos
mais comuns, a depressão e a ansiedade ocupam lugar de destaque. Apesar de muitas vezes aparecerem juntas, cada uma possui características próprias e exige estratégias específicas de cuidado. Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), compreender as diferenças entre esses quadros e adotar intervenções adequadas é fundamental para reduzir o sofrimento e melhorar a qualidade de vida.
A depressão é marcada por tristeza persistente, desânimo, perda de interesse em atividades antes prazerosas, baixa autoestima e fadiga constante. Pode comprometer algumas funções cognitivas, como atenção e memória, e afetar pessoas de todas as idades.
Já a ansiedade, embora seja uma reação natural do organismo a situações de pressão ou
ameaça, torna-se um transtorno quando é excessiva, constante e incapacitante. Nesses
casos, os sintomas incluem preocupações desproporcionais, tensão muscular, irritabilidade,
aceleração dos batimentos cardíacos e dificuldades para dormir.
Apesar de distintas, depressão e ansiedade podem coexistir em muitos pacientes, o que
torna o diagnóstico e o tratamento mais complexo. A diferenciação, portanto, é essencial:
enquanto a depressão compromete, principalmente, o humor e a motivação, a ansiedade
está ligada à antecipação de perigos e à ativação intensa do corpo e da mente.
De acordo com as diretrizes da ABP, os tratamentos para ambos os quadros incluem
medicamentos antidepressivos e psicoterapia, que desempenha um papel central ao ajudar
o paciente a desenvolver estratégias de enfrentamento e a promover maior adesão ao
processo terapêutico.
A entidade também reforça diretrizes específicas para o manejo da ideação e do
comportamento suicida, lembrando que tanto a depressão quanto a ansiedade, quando não
tratadas, podem aumentar esse risco. A prevenção envolve não apenas o acompanhamento
médico individual, mas também iniciativas comunitárias, familiares e escolares que
fortaleçam a resiliência emocional.
Medidas recomendadas para o cuidado com a saúde mental
- Não interrompa o tratamento sem orientação médica.
- Cultive hábitos saudáveis diariamente, como alimentação equilibrada, exercícios
físicos regulares, higiene do sono e atividades de relaxamento.
- Estabeleça uma rotina e preserve conexões sociais (mesmo virtualmente).
- Encontre tempo para atividades prazerosas, como leitura, música, filmes ou
brincadeiras.
- Fortaleça vínculos sociais com amigos, família e comunidade.
- Valorize a espiritualidade ou um sentido de conexão com valores maiores,
independentemente de religião.
- Leve a sério qualquer sinal de risco. Toda verbalização ou plano suicida deve ser
imediatamente encaminhado para atendimento especializado.
Fonte: ABP.